Texto que
repasso, em homenagem a outro veterano da FEB, conforme notícia veiculada em
jornal.
O Pracinha que virou selo
Tribuna de Anápolis,
Sáb, 10 de Dezembro de 2011
Allyson de Sousa
Um dos mais celebrados
expedicionários brasileiros em Goiás, o capitão Waldyr O'Dwyer, foi
homenageado pelos Correios na semana passada. Lançaram-se dois selos
cujo tema era o ex-militar: o motivo é a passagem marcante de O'Dwyer
tanto pela história militar nacional, ao integrar a Força Expedicionária
Brasileira (FEB), representante do país no teatro de operações bélicas
ao lado do esforço de guerra aliado no conflito mundial de 1939-45,
quanto pelo cenário empresarial goiano.
A homenagem
acontece em uma data marcante em todo o mundo. Na semana passada,
mais precisamente a 7 de dezembro, comemoraram-se 70 anos da virada
na Segunda Guerra Mundial. Até essa data, a maioria dos historiadores
afirma que as chances de vitória tendiam, de maneira indubitável,
para o lado das potências do Eixo, formado pela Alemanha, Japão e
Itália (inicialmente), liderado pela primeira. Exatamente a 7 de
dezembro de 1941, os japoneses atacavam a base naval norte-americana
de Pearl Harbour, no Havaí, e mudavam a sorte do conflito, uma vez que
engajavam no esforço bélico a maior economia da época: os Estados
Unidos da América.
Em conversa com
a Tribuna de Anápolis, o capitão Waldyr recorda que o clima no Brasil
à época foi de revolta contra a ação da potência oriental do Eixo e de
reforço da solidariedade das nações do continente americano.
"O Getúlio (Vargas, presidente do Brasil à época) foi pressionado
pela opinião pública a entrar na guerra ao lado dos Estados Unidos,
porque tínhamos nos comprometido por tratados a apoiar qualquer ação
de agressão contra qualquer país do nosso continente", rememora
o ex-militar. Capitão Waldyr estava em Santos quando foi convocado
para o processo de seleção da FEB, que envolveu a participação de 100
mil cidadãos brasileiros. Ele estava entre o contingente de 25 mil
que embarcou sob o estandarte da FEB para a Europa, em 1944.
O'Dwyer acrescenta
que os soldados brasileiros estavam plenamente conscientes do que
estava em jogo na luta em que passavam a se engajar. "Estava em jogo
a luta da liberdade contra a opressão, porque já naquela época havia
o receio de que o Hitler conseguisse montar a bomba atômica. Já havíamos
recebido notícia de que ele estava muito próximo disso, Se ele conseguisse,
fatalmente atingiria seu objetivo, que era dominar o mundo", explica.
Entretanto, já à época um esboço de imagem real do ditador alemão já
se formava entre os soldados. "Àquela altura, muito do mito da
invencibilidade do exército nazista já tinha passado. Achávamos o
Hitler um louco, porque ele abriu o front oriental ao invadir a Rússia,
uma péssima opção de estratégia militar", observa o ex-combatente.
Sobre sua atividade
de empresário, capitão Waldyr afirma que teve início logo depois da
saída do exército. O ex-combatente prosperou atuando no setor de automóveis
e combustíveis. Atualmente, ainda está à frente da Anadiesel, um dos
mais bem-sucedidos, duradouros e sólidos empreendimentos empresariais
da história de Anápolis. Em relação a essa última trajetória, O'Dwyer
foi homenageado pelos correios por sua condição de decano do empresariado
goiano, com um folha de serviços prestada à economia do estado que
já dura mais de meio século.
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