terça-feira, 10 de março de 2015

Santos! Bye Bye Jeep

Há algo interessante no ar...
É a prática do desapego, seja lá quem for você, aí do outro lado, a ler este post.
Cada um de nós, a nossa maneira, está "colado" a seu Jeep ou Dodge. Adesivado mesmo! E vamos empurrando, sem perceber, o sofrimento para o último minuto...
Se você despachou seu Jeep antes de nós, deve ter algo para contar. Ele não está mais na sua garagem. Como é isso? O que se passa?
Desapego. Santos está chegando, e 25 dias depois, o porto de Livorno...
Se eu passar por isto incólume, terei aprendido tanto. Terei vivido tanto. Terei amado tanto. Terei pensado tanto e valorizado tanto, e reconhecido tanto, especialmente a mulher que me escolheu - pode alguém sofrer mais do que ela com um louco como eu? Tanto, tanto, tanto...
Se passar por tudo isto, serei mais disciplinado, e mais desobediente também, porque não? Apreciarei meus vinhos com mais calma e olharei para o Jeep setentão como olho a mim mesmo, já quase cinqüentão (com trema).
E lá se vai o Jeep de Vitor&Ana... Vinte e cinco dias ao mar, 15 dias em solo italiano, e mais 25 dias de águas salgadas no retorno ao Brasil.
O que é isso? E o que dirá Marino, 95 anos, voando conosco para Montese (ITA), quando subir em nosso Jeep para visitar Monte Castello? E quando chegarmos às encostas onde ele foi ferido por granadas nazistas e se viu obrigado a limpar o sangue de seu amigo morto da peça de morteiro e prosseguir?
Porque será que nós, como ele (mas sob outras circunstâncias), seguimos em frente?
Um Jeep Jaboticabalense (e outros 25!) nos campos de batalha da Força Expedicionária Brasileira...
Saudades de Rui (Senta a Pua, Rui!), beijos em Julinha (sua esposa). Adeus Stéfani (teus filhos vão conosco!),  Martins, olha p'ra nóis aí de cima (taí Carmo, vais perder...), Goulart e Meira, e seus P-47.
Nós temos o exemplo. Cada um de nós que faça bom proveito.